Era uma vez um casal de adolescentes que há 14
anos trocaram um inocente beijo e nem imaginavam em onde esta hisória ia dar!
Conheci meu sapo, ops, meu príncipe em 2011, no
Colégio Santa Clara. Quando conheci o Rafa, não, não foi paixão à primeira
vista foi, na verdade, só brigas de
adolescentes... Eu o achava um chato e muito novinho paa mim, na
época ele tinha 14 e eu já tinha 16. Eu já era veterna no colégio e ele novato magrelo
que usava um casaco gigante preto!
A gente era meio Eduardo e Mônica, eu não era uma
aluna exemplar, fazia parte da turma do fundão, era amiga de muito mais meninos
que meninas e quando nao estava desenhando ou dormindo na aula, eu estava lendo
Harry Potter ou fazendo avião com meu teste de matemática com notas baixas. Já o Rafa era CDF mesmo, sentava na frente e fazia
as tarefas (que às vezes deixava eu copiar), não tinhamos nada em comum, a não
ser um paixão: a leitura.
Nos
encontrávamos sempre na biblioteca, éramos leitores vorazes de tudo, mas
principalmente de livros juvenis. Era a única hora do dia que nos encontrávamos
sem brigar. Foram exatos
três meses de implicância e conversas sem sentido, até que não sei dizer em
qual momento exato, mas isso mudou! Ele me evitava e ao mesmo tempo me queria por
perto e, claro, eu percebi que minha presença deixava ele perturbado e às vezes
judiava dele! (coitado!)
Ele era muito inocente, nunca tinha beijado uma
garota antes. Por isso, foram momentos de descoberta inesquecíveis onde um
tocar na mão ou colher uma flor tinha muito significado! Após
alguns meses percebi o interesse além da amizade vindo do Rafa, como ele não saia de casa, escolhi um dia que
teríamos livre no colégio para poder finalmente ver se acontecido algo além de
amizade. Foi em sábado de jogos, nós
dois chegamos cedo e no meio dos jogos
chamei ele para ir à uma praça em frente ao colégio com desculpa de tomar um
sorvete.
Sentamos no banco e conversamos muito, até demais.
Estava acostumada com meninos mais velhos, de atitude, mas nada do Rafa... Então, resolvemos caminhar por perto e foi quando
ele entendeu o que eu queria e começou a ficar muito nervoso, até tremia um
pouco. Sentamos em outra praça, eu lembro que estava com uma gargantilha de
couro, era super moda na época e como estava me apertando pedi pra ele tirar...
Quando ele se aproximou para atender ao
meu pedido, eu me virei agradeci e dei o
tão esperado beijo! O primeiro da vida dele e foi simples, suave e único!
Ele estava muito nervoso, depois disso voltamos caminhando com calma de mãos dadas... Antes de chegar no colégio paramos numa esquina, aí sim nos beijamos de verdade e ficamos abraçados por algum tempo!
Não estava mega apaixonada, confesso... Por isso,
nunca imaginei que naquele momento tinha beijado o homem da minha vida e pai
dos meus filhos e meu melhor amigo!
Depois do nosso primeiro beijo, que foi no sábado,
só voltamos a nos encontrar na segunda-feira. Como era colégio de freiras ,
ficávamos apenas conversando durante o recreio. E nesse intervalo de segunda-feira
veio a frase histórica, que lembro até hoje! Conversa vai, conversa vem, ele perguntou se eu ia
voltar para casa de ônibus ou de carro naquele dia e respondi que de ônibus,
então ele soltou essa frase :
- Posso ir com você esperar o ônibus e você me
da outro beijo ?
Sim, ele me pediu com muita vergonha e até eu
fiquei vermelha! Naquele momento, com certezac vi que ele era diferente e disse
sim! Atrás do ginásio foi o nosso segundo
beijo, até perdi o ônibus. Então, esse seria o local em que mais ficaríamos
juntos dali em diante. Só nos víamos antes ou após as aulas e às vezes trocávamos
beijos e carinhos escondidos no colégio! Era
um namoro juvenil, diferente dos de hoje. Era simples e ele era muito carinhoso
e romântico.
Depois de três meses de muito amor e encontros
escondidos veio o terrível término! Aconteceu exatamente no dia da quadrilha do
colégio, em que tivemos uma briga séria. O motivo era besta, claro, ele chegou três horas
atrasado e odeio esperar! Então, quando ele chegou comecei a discutir e ele a
rir. Não nos falamos durante o fim de semana e como eu era muito orgulhosa não
aceitei as desculpas e simplesmente terminamos.
Hoje vejo que foi sem motivo, mas sem esse término
tenho certeza que não estaríamos juntos hoje. Eu virei a pagina rápido e comecei um romance com
um ex pra desespero do Rafa ( sim, fui má). Ele
ficou mega triste, me olhava com olhos cheios de lágrimas nas aulas e eu fria,
ignorava sempre. E assim encerramos a oitava
série separados.
Entramos no Ensino Médio em salas separadas e com
o tempo ele passou a ter outras namoradinhas também. Mas no segundo semestre do
segundo ano voltamos a nos falar. isso
mudou. Eu tinha acabado de terminar um
namoro e estava meio na fossa! No mês de setembro começamos a conversar, ou
melhor,, a implicar de novo um com outro, principalmente na aula de Educação
Fisica que era natação. Tudo era desculpa pra esbarrar em mim!
Numa dessas
aulas, no exato dia 15.10.2003, ele estava que jogava uma bolinha de queimada
em mim, só para ter desculpa para chegar perto e eu fui ficando nervosa...Até
que não aguentei e peguei a bola e botei dentro do meu maiô e falei " vem
pegar agora ". E não, ele não foi gente!
Era colégio de freiras, esqueceram? Falei que só devolvia no fim da aula,
então fui esperar o ônibus, mas havia esquecido a bola no vestiário. Ele veio
atrás da bola e ficou bravo comigo e como tinha uns meninos andando de skate e me encarando, ele
ficou meio preocupado e sentou perto... Aí começou o diálogo decisivo da minha
vida:
- Rafael, seu ônibus não passa aqui, pode ir
embora...
- Vou esperar seu ônibus, não estou com pressa
(ciúme puro!)
- Não precisa, pode ir, sei me cuidar.
Então, ele encostou nesse muro a uns dois
metros de mim e começou a ler um livro. Amava deixar ele perturbado, agoniado com a minha
presença. Fui chegando perto aos poucos perguntando o que ele estava lendo e
ele pedindo pra eu ficar longe, que ele não se responsabiliria se eu chegasse
perto. Acho que gostei do desafio e parei do lado.
- Você não é louco de fazer algo comigo!
Bom, ele foi diferente do nosso primeiro beijo e
me beijou com muita vontade e eu fiquei parada ali, sem reação ... Bom,
depois desse beijo roubado passei o final de semana morrendo de raiva, pois
sabia que ele estaria em casa se achando por causa do beijo.
Na segunda-feira ele ficava me encarando com um
sorriso lerdo e isso me deixava mais irritada ainda... Dessa
vez ele foi mais experto e começou a fazer a cabeça dos meus amigos pra me convercer
a voltar com ele e funcionou. Alguns dias depois marquei um encontro depois da aula
para discutir com ele sobre essa volta e coloquei algumas regras...
Para voltarmos ele tinha que parar de ser estranho,
arrumar o cabelo e usar roupas mais descoladas, afinal, eu já era estilosa e não
queria um namorado comum! Ele sorriu e aceitou! Voltamos
a namorar com tudo e sempre nos encontrávamos antes da aula e como estudávamos
na mesma sala ficavamos juntos o tempo todo.E eu não era boa influência pra ele, confesso... Convencia
a faltar aulas para irmos para minha casa namorar... (sogra, não me mate! Ele
venceu na vida e se formou. Hoje é um bom rapaz).
Porém, no fim do segundo ano terminamos de novo,
dessa vez por falta de paciência minha com o Rafa, pois ele tinha uma família
que o prendia muito e eles não concordavam com namoro antes da faculdade.Por isso, nunca saíamos nos finais de
semana ou nas festas e a pressão para que ele terminasse era grande... Eu não
aguentei e cedi. Foi um pouco antes das férias e quando começou o
terceiro ano estávamos em salas separadas, pois o colégio achava que ainda estávamos
juntos. Voltamos aos tempos da oitava série, ele me
encarando com olhar triste nos corredores.
Só que dessa vez aquilo mexeu comigo
e ficamos só dois meses separados, até que um dia encontrei ele perto da minha
casa e chamei ele para conversar e percebi naquele momento que sim eu estava
loucamente apaixonada por aquele menino magrelo que usava blusas enormes e nao
tinha estilo nenhum, mas que me olhava
com o olhar mais doce e apaixonado do mundo. Então voltamos, dessa vez mais fortes e encarando
tudo que estaria por vir... E nesses anos passamos por muitas coisas, eu
entrei na faculdade de moda e ele no cursinho
para medicina, só nos viamos aos domingos, era
lindo, ele ia de bicicleta e trazia café para mim! Me acordava com muito beijos e ficávamos o
dia inteiro juntos.
" (...) Ela se formou no mesmo mês que ele passou no vestibular. "
Nossa vida numa
música eu quase formando e ele passou não para medicina, mas para veterinária
na UNB. A distância era nossa inimiga agora. Ele
em Brasília a semana toda e eu aqui, começando minha carreira como estilista,
estava muito focada. Foram algumas brigas e términos no meio desse
caminho, pois a distância e diferenças de maturidade não ajudavam muito. Até que quando eu achei que não ficaríamos mais juntos, aconteceu
a maior surpresa...
Em dezembro de 2011, após alguns meses de atraso
e 8 testes de gravidez (negativos) finalmente um sinal de positivo mudou toda nossa
vida! Eu estava grávida e o Rafa ainda estudava em Brasília... Fiquei
em estado de choque, não me imaginava cuidando de uma criança. Contar
para o Rafa foi o mais dificil e ele surtou. Ele
era estudante e dependia dos pais e estava em pânico
pensando como ia nos manter ou me ajudar.
Durante esse surto terminamos, ele
disse que não estava preparado para ter uma família. Algumas pessoas podem julgar essa
atitude como egoista e imatura na época, mas hoje vejo que ele precisou desse
tempo para ter certeza.Passamos minha gravidez separados, ele me visitava
sempre e me ajudava com tudo relacionado ao nosso pequeno Miguel. Foram
momentos difíceis, pois sentia que ele queria ficar comigo mas tinha medo. Exatamente
5 dias antes do parto ele me procurou e disse que precisava falar comigo
urgente, mas não era um dia muito bom, era o casamento da mnha
irmã. O Miguel nasceu do dia 11 de julho, à tarde. Foi um dia calmo e
o Rafa estava bem calmo e eu também. Meu pequeno nasceu e eu me apaixonei
novamente pela vida e por eles e adivinha de quem ele era a cara? Ainda
todo sujinho quando me mostraram o bebê, falei:
- Eu carrego 9 meses e você nasce a cara do
pai?
Quando
fui para o quarto, éramos uma família... Agora unidos por aquele pequeno
ser, o Rafa virou um super pai e super marido, apaixonado e zeloso. O Miguel
mudou nossas vidas, nos apaixonamos de uma forma diferente depois dele,
ganhamos uma força enorme para conquistar mais coisas, não para nós e sim
para ele! O primeiro ano de vida do Miguel foi dificil, pois o Rafa ainda
estava em Brasilia e eu em Goiânia.
Parei
com o ateliê, pois fazer roupas sob medida ocupava muito tempo, assim começou a
fase Juliana Tereza. Esse era meu nome profissional que usava no meu blog
e no meu ateliê de criações, onde fazia criações também para pequenas
confecções.Nesse ano, começei a brincar de customizar shorts para ganhar uma
grana, pois podia fazer em casa enquanto cuidava do meu filho.O que era
brincadeira virou negócio e sucesso, comecei a participar de feiras e bazares
aqui na cidade todos me conheciam e desejavam os shorts que eram peças únicas e
cheias de estilo
Blogueiras como Thassia naves, Lala
Noleto e outras usavam meus shorts e t-shirts,
foram quase dois anos trabalhando com
isso, que me rendeu um bom nome e uma boa grana para me manter e investir no
meu maior sonho que era abrir meu ateliê de noivas.O
Rafa se formou e começou a trabalhar e eu decidi largar os shorts e anunciar
que voltaria a fazer vestidos.
Foi um choque para muita gente e é
muito dificil para mim fazer com que as pessoas acreditassem que eu sabia fazer
mais do que desfiar e bordar shorts, por isso larguei o nome
profissional e adotei meu nome de batismo mesmo. Vivemos momentos muito
difíceis nessa época, pouco dinheiro e muitas contas...Porém, o apoio era
mútuo: ele comigo, me forcando a continuar apesar dos problemas iniciais
de começar uma empresa e eu com ele na sua carreira de veterinário.Depois
dessa fase bad começamos a colher os frutos do nosso trabalho.
Hoje estamos unidos e fortes como
familia, não somos um casal muito comum, temos gostos diferentes... Não somos
de festas,bares... Somos mais fazer maratona de seriado ou ir ao cinema. Ficar
com o Miguel é nosso passatempo favorito, ele é a luz da nossa casa e da nossa
vida (tanto que ja estamos em treinamento para um irmãozinho). E após
tanta espera, finalmente decidimos mês passado a enfim vestir os personagem
noiva e noivo em uma cerimonia única e a nossa cara.
“
(...)E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com
arroz... E quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo
coração?...”